Novo Imposto de Renda: o alívio que o brasileiro esperava — mas que ainda exige cautela
- Fabio Sanches

- 7 de nov.
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O Senado aprovou nesta semana a proposta que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5.000 por mês. A medida, considerada uma das mais aguardadas pelos trabalhadores e classe média, promete aliviar o bolso de milhões de brasileiros — e, finalmente, corrigir uma defasagem histórica.
Mas, por trás da boa notícia, há um detalhe que merece atenção: o governo também aprovou uma nova taxação sobre dividendos e rendimentos muito altos, atingindo quem recebe acima de R$ 50 mil por mês. Ou seja, enquanto a base ganha fôlego, o topo passa a contribuir mais — uma tentativa de equilibrar a balança fiscal e reduzir desigualdades.
O impacto, porém, vai além dos números. Em tempos de economia apertada, inflação de serviços e custo de vida crescente, a sensação de alívio para quem trabalha formalmente é enorme. A ampliação da isenção representa não só mais poder de compra, mas também o reconhecimento de que a classe média vinha sendo sufocada há anos.
Por outro lado, a reforma traz um desafio ao governo: como manter a arrecadação e, ao mesmo tempo, cumprir as metas fiscais? Se o equilíbrio não for bem administrado, o risco é transformar o alívio momentâneo em aperto futuro.
O novo IR é, sem dúvida, um avanço. Mas, como todo avanço tributário no Brasil, precisa vir acompanhado de responsabilidade fiscal e de transparência. Afinal, de nada adianta pagar menos imposto se o retorno em serviços públicos continuar tão desigual e os gastos do governo continuarem descontrolados.
Por Fábio Sanches
“Informar é refletir. E refletir é o primeiro passo para transformar.”











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