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Gato e Rato — No Brasil, é o rato quem caça o gato

  • Foto do escritor: Fabio Sanches
    Fabio Sanches
  • há 7 dias
  • 3 min de leitura
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Por Helton Barbosa — Editor do portal Ativa News


As coisas por aqui têm sofrido modificações cada vez mais difíceis de entender. Temos um Judiciário que faz leis, um ministro que se torna procurador, advogado, réu e também juiz, e um Congresso que se cala perante tudo isso.


Eduardo Tagliaferro é perito digital, formado em Engenharia Civil e Direito pela Universidade Paulista (Unip). Também é mestre em Inteligência Artificial pela Universidade Federal de Viçosa (UFV).


Ele atuou em um núcleo de inteligência e chefiou a Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação (AEED) do TSE. O órgão tinha a função de combater fake news relacionadas ao processo eleitoral, especialmente os ataques às urnas eletrônicas, além de monitorar redes sociais e checar publicações que pudessem ser consideradas irregulares.


O nome de Tagliaferro veio à tona por comandar a distribuição de arquivos e provas contra o ministro Alexandre de Moraes na chamada “Vaza Toga” — um vazamento de mensagens e áudios de WhatsApp ocorrido em 13 de agosto de 2024, quando o jornalista Glenn Greenwald publicou na Folha de S.Paulo uma matéria afirmando ter acesso a 6 GB de mensagens vazadas que mostrariam, segundo a publicação, que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes teria agido de forma informal no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), fora dos trâmites normais.


Após as matérias da Folha de S.Paulo, Moraes decidiu abrir um inquérito sob sigilo judicial, alegando que o objetivo seria apurar a autenticidade e a origem dos vazamentos.


As mensagens, prints e áudios trazem à tona supostos crimes cometidos pelo ministro, que não contestou nem negou os fatos, apenas instaurou um inquérito para investigar o vazamento. Para muitos, isso reforça a veracidade do material.


Os prints mostram uma perseguição política do ministro a pessoas de espectro ideológico contrário ao governo atual. Revistas, jornais, parlamentares e plataformas de redes sociais teriam sido alvos de checagens e relatórios sem ofícios judiciais, apenas por motivação política.


Esses relatórios, segundo a Folha de S.Paulo, eram enviados ao gabinete de Moraes e incluídos no Inquérito das Fake News. Posteriormente, o próprio ministro se baseava nesses documentos para justificar decisões contra opositores, como quebras de sigilo bancário, cancelamento de passaportes e bloqueio de redes sociais, sem revelar que o pedido de produção desses relatórios havia partido dele mesmo.


A denúncia mais grave envolve a Revista Oeste, que possui um canal de notícias no YouTube com grande audiência e chegou a ser desmonetizada por mais de um ano. Em um dos prints, Airton Vieira, juiz assistente de Alexandre de Moraes, pede a Tagliaferro que, após não encontrar nada além de jornalismo e opinião nas checagens contra a revista, “use a criatividade”.


Pouco se viu sobre o assunto na imprensa tradicional. Muitos veículos, segundo o próprio Tagliaferro, receberam o material, mas não divulgaram por medo de retaliações. Isso demonstra o clima de temor diante de possíveis perseguições.


Recapitulando: Alexandre de Moraes teria mantido um gabinete paralelo dentro do TSE, uma extensão do seu gabinete no STF, atuando de forma ilegal com o objetivo de perseguir pessoas e empresas de orientação política distinta da sua.


Os crimes atribuídos ao ministro foram denunciados, mas, em vez de investigá-lo, a Procuradoria Geral da República (PGR) e o Supremo Tribunal Federal (STF) abriram inquéritos contra o delator.


Para piorar, a Primeira Turma do STF aceitou julgar alguém sem foro privilegiado e formou maioria para pedir a extradição de Tagliaferro da Itália, país para o qual ele fugiu após o vazamento da “Vaza Toga”.


Bem-vindo ao Brasil — um país onde, cada vez mais, o poste parece mijar no cachorro… e o rato caça o gato.


Coluna escrita por Helton Barbosa — Jornalista DRT 1773/MS e colunista do portal Ativa News.


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