Ativistas quenianos são libertados em Uganda após pressão internacional e reacendem debate sobre liberdade na África
- Fabio Sanches

- 9 de nov.
- 1 min de leitura

Após quase um mês de prisão, os ativistas de direitos humanos Nicholas Oyoo e Bob Njagi, do Quênia, foram libertados neste domingo (09) das celas de segurança máxima em Uganda. Eles haviam sido detidos sob suspeita de envolvimento com grupos opositores ao presidente Yoweri Museveni, que está no poder há quase quatro décadas.
A libertação ocorreu após intensa pressão de organizações internacionais de direitos humanos e protestos diplomáticos. O caso despertou indignação global, especialmente pela falta de transparência no processo judicial e pelas denúncias de maus-tratos durante a detenção.
Uma prisão que expôs feridas antigas
Museveni, de 81 anos, é um dos líderes mais longevos do continente e enfrenta crescente resistência popular às vésperas das eleições gerais de janeiro de 2026. Para seus críticos, a prisão dos quenianos foi um gesto de intimidação política. Já o governo de Kampala sustenta que havia risco real de conspiração estrangeira.
A tensão escancarou novamente a fragilidade das democracias africanas, onde a liberdade de expressão e o ativismo social ainda são vistos, em muitos países, como ameaças e não como pilares da cidadania.
Um espelho para o mundo
A libertação dos ativistas não é apenas uma vitória pessoal — é um lembrete de que a liberdade nunca é definitiva; ela precisa ser defendida todos os dias. Em tempos em que regimes autoritários ressurgem, silenciando vozes incômodas, a coragem de dois jovens africanos se transforma em símbolo global de resistência.
Que o eco desse episódio ultrapasse fronteiras e lembre a todos que democracia não é apenas votar — é permitir que cada voz, mesmo a que discorda, possa ser ouvida.












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