União Europeia aprova meta de corte de emissões mais flexível no apagar das luzes antes da COP30
- Fabio Sanches

- 5 de nov.
- 2 min de leitura

Os ministros do clima da União Europeia chegaram a um acordo de última hora nesta terça-feira para revisar a meta de redução de emissões até 2040. A meta original previa um corte de 90% em relação aos níveis de 1990, mas o texto final permite agora que até 5% da meta seja cumprida por meio da compra de créditos de carbono internacionais, além de adiar o lançamento de um novo mercado de carbono até 2028. Reuters
Países como Polônia, Itália e Hungria pressionaram por uma flexibilização, alegando riscos à competitividade industrial e aos custos de energia. Já países como Espanha e Países Baixos atuaram para manter ambição, citando o aumento dos eventos climáticos extremos como justificativa. Reuters
Apesar de manter o objetivo global de redução de emissões, especialistas consideram que a nova meta representa um enfraquecimento do compromisso da UE com o clima, justamente no momento em que a COP30 — que será realizada no Brasil — exige maior liderança e ação. Segundo a consultora climática Laura Billings:
“Esse tipo de concessão mina o apelo moral da União Europeia em fóruns internacionais, e abre espaço para países em desenvolvimento questionarem a legitimidade de novas metas.”
Por que isso importa
Dá sinais de que fatores econômicos e de energia continuam limitando políticas climáticas ambiciosas mesmo entre líderes globais.
Afeta negociações e credibilidade da COP30, colocando o Brasil em posição de exigir mais dos países desenvolvidos.
Pode gerar repercussão no Brasil e na América Latina, especialmente em temas como créditos de carbono, justiça climática e investimentos em infraestrutura verde.
O que acompanhar
A aprovação final do texto pelo Parlamento Europeu (esperada em 2026).
Reações de países em desenvolvimento que participam da COP30 — se exigirão compensações ou condicionantes.
Impactos práticos no setor industrial europeu e em mercados de crédito de carbono.
Fonte: Reuters












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